DIA 07 - ATACAMA 08/03/2019

Onde:       San Pedro de Atacama - Geyseres el Tadio

Quem:      Claudia Jak, Maria e Monia

Quando:   08/03/2019

Quanto:    R$  336,00 + R$ 200,00 Hostal

Hoje marcamos um dos passeios imperdíveis no Deserto do Atacama: Geyseres el Tadio! O local fica a 4.300m de altitude e está localizado a quase 100 km de San Pedro. Seu atrativo, além das baixas temperaturas que podem chegar a -15ºC, é a contemplação e espetáculo dos gêiseres que acontecem bem cedo. São fenômenos raros; existem apenas mil em todo o mundo. Trata-se de um lugar surpreendente, com uma paisagem exótica aos nossos olhos. Os gêiseres ficam em um campo geotérmico e este é o terceiro maior do mundo. 

O passeio foi agendado com a agência Ccapcha, para às 04h30, e custou CLP 30.000 + a entrada CLP 10.000 (R$ 240,00). Infelizmente, foram nos buscar com um atraso de 45 minutos. Estávamos um tanto irritadas com a demora mas, ao conversar com Sr. Walter (nosso guia), percebemos que ele não tinha culpa, já que o horário que nos foi passado pela agência tinha sido diferente do combinado com ele. Aproveitamos que estava bem escuro e fomos praticamente dormindo até lá. Ao chegar, Sr. Walter nos orientou usar o toalete, enquanto foi pagar nossas entradas. Sofremos um grande impacto ao descer do carro, já que a temperatura do lado de fora era de -5ºC. Logo após, seguimos para o tão aguardado ponto turístico!

Chegando lá, Walter nos deu várias orientações como não pular, correr ou fazer movimentos bruscos, por causa da altitude. Também nos falou que, para nossa segurança, não devíamos ultrapassar os caminhos delimitados por pedras. Lamentavelmente, um casal francês não obedeceu as ordens e ela pagou com a própria vida, já que pisou numa parte que não era segura e acabou desabando dentro da água em ebulição (85ºC). O marido, ao tentar salvá-la, teve 60% de seu corpo queimado. Confesso que fiquei com um pouco de medo, após essa história. Prestei muito mais atenção aonde pisava. É fácil se distrair quando estamos fazendo fotos, por isso, toda atenção é imprescindível. Certos de que seriamos comportadas, ele nos liberou e disse que, ao voltarmos, nosso café da manhã estaria pronto!

Iniciamos nossa caminhada no lugar mais frio que tenho lembrança de ter estado! Nossa respiração exalava fumaça e o lugar, parecia um cenário de um filme de terror. O único som era o de nossos passos e das borbulhas da água, dentro das crateras. 

As grandes colunas de vapor saem para a superfície através de fissuras na crosta terrestre e sobem até uns 10 metros de altura.

Em poucos minutos o dia foi clareando, sendo possível observar mais detalhadamente as crateras e a água fervendo lá dentro. 

Mas, como se forma um gêiser? A água subterrânea fica em contato com rochas vulcânicas, que vão elevando a temperatura da água gradualmente. A pressão elevada faz aumentar o ponto de ebulição, obrigando a subir de forma violenta, em forma de jato, dando assim origem nessa manifestação de vulcanismo. As águas sobem contendo muitos minérios e vão formando depósitos chamados conglomerados siliciosos ou geiseritas. Ao longo do tempo, esses depósitos de rochas fortemente consolidadas reforçam as paredes de gesso, do canal, permitindo a atividade do fenômeno da natureza. Infelizmente, é um tipo de energia não renovável. Isso quer dizer que, daqui algumas décadas, este gêiser deixará de existir. 

Assim que  o sol vai se elevando, o frio vai diminuindo e a temperatura ambiente vai subindo rapidamente. O céu também vai ganhando cores incríveis, deixando as fotos ainda mais belas!

Fiquei tão encantada com o lugar que, quando olhei em volta, percebi que havia ficado sozinha. Todos tinham voltado para o carro, a fim de fazer o desjejum. Dessa forma, segui também até lá. 

Este foi o melhor café da manhã, de todos os dias aqui e já explico o porque! Tudo estava perfeito... o pão, os ovos mexidos, o bolo... tudo delicioso! Walter até nos pediu desculpa novamente, pelo 'atraso'. Disse que não marca de ir buscar ninguém antes das 05h00, por que faz questão de passar na padaria, que abre este horário, para trazer o pão fresquinho. 

Mas a razão do 'café' ter sido tão especial não foi apenas pelas coisas físicas que comemos. Se deu, principalmente, em função da conversar que tivemos com Walter. Ele falou sobre as milhões de fotos que fazemos hoje em dia, durante uma viagem, e o que realmente levamos conosco. Ele ressaltou que, acima de tudo, guardamos com carinho as trocas de experiências entre as pessoas e com o local visitado. Foi muito bonito a forma como ele explanou tudo isso, fiz até um filminho dele falando. Após o café da manhã, ele nos deu mais alguns minutos para caminharmos pelos gêiseres e pediu que o aguardássemos em um determinado local. Seguimos com as chilenas que vieram em nosso grupo e escolhemos um local para fazer uma foto com elas.

Permanecemos juntinhas até ele chegar.

Assim que Walter nos encontrou, fizemos uma foto com ele também. 

A partir daqui, seguimos ouvindo suas excelentes explicações. Sinceramente, se tivéssemos conhecido ele no primeiro passeio, teríamos com certeza feito de tudo para fechar com ele todos os outros! Conforme havia nos dito, ele tornou nosso passeio uma grande experiência, nos dizendo onde colocar a mão, para sentir o solo quente e a temperatura da água, onde se posicionar para receber o calor da fumaça... foi muito divertida sua companhia! Ele não deixou perdermos nenhum detalhe. 

Ele nos levou em frente a um 'gêiser', mas não entendemos o que ele queria nos mostrar... pediu que aguardássemos até que, após alguns segundos, a água explode na crosta, elevando por alguns metros. Inicialmente levamos um susto e depois demos risada. 

De repente, ele apontou para a montanha mostrando o sol surgindo no horizonte, deixando tudo ainda mais belo!

Após este passeio, ele nos levou novamente para o carro a fim de nos apresentar o outro atrativo do parque: o banho termal. Confesso que não estava nem um pouco a fim de retirar minha calça térmica, calça de cima, blusa térmica, fleece, colete, jaqueta, gorro, lenço, meia e luva de lã, para tomar um banho quente em um lugar frio. Mas, aquela sensação de que iria perder uma 'experiência', aliado a Mônia dizendo que devíamos entrar, acabou gerando a força necessária para termos coragem #partiupassarfrio. 

Bem ao lado da piscina há vários vestiários; então é possível tirar a roupa e sair correndo para piscina. Eu sou super friorenta, não estou acostumada a viajar para lugares de temperaturas muito baixas e sobrevivi, portanto, tenho certeza que qualquer um também consegue. 

Achei que seria muito mais traumático para sair, mas nem foi! Fico realmente feliz que tenha tido coragem, foi divertido demais entrar na água! Depois de passarmos tanto frio na primeira parte da  manhã, terminar o passeio assim valeu demais a pena!!

Na sequência, voltamos para o carro e Walter foi dirigindo com muita calma, explicando tudo, nome dos vulcões, parando para nós fotografarmos tudo que quiséssemos. 

Ao fundo, ele nos mostrou o Vulcão Putana que está em plena atividade. 

Passamos também pelo Vado Putana, um belíssimo lago. Walter parou para fazermos algumas fotos. No horizonte, a imagem do lago é composta pelo Vulcão Putana. 

O lugar é completamente surreal, de tão lindo!

Aqui também havia algumas Vicunhas pastando livremente. 

Voltamos para o carro e seguimos viagem, apreciando toda paisagem que se formava a cada nova curva! Em pouco tempo, chegamos ao povoado de Machuca.

Aqui é um pequeno povoado onde vivem umas 10 famílias que, atualmente, sobrevivem praticamente do turismo. Lá eles oferecem churrasco de lhama, que sinceramente não tive coragem de experimentar, e pastéis com queijo de cabra que estavam deliciosos! (Pastéis CLP 1500 - R$ 9,00)

Tivemos também alguns minutos para aproveitar e passear pelo vilarejo, antes de partir. 

Comprei uma mini-lhama, já que não consegui fazer uma foto com uma de verdade. (CLP 4000 - R$ 24,00)

Walter é tão prestativo que ficava observando onde estávamos, pegava o carro e nos aguardava num lugar estratégico, para que não caminhássemos desnecessariamente. 

Na volta imaginei que, se tivéssemos mais tempo, gostaria muito de fazer novamente este trecho de bike. Tudo é simplesmente paradisíaco!

Ao chegar em San Pedro estávamos extasiadas! Nos despedimos de nosso querido guia e das meninas que foram conosco. Não estávamos com grande fome, por isso, compramos macarrão instantâneo e preparamos no hostal. Conforme o dia foi seguindo, comecei a sentir uns calafrios; cheguei a pensar que ficaria gripada, talvez em função dos choques térmicos do passeio de hoje cedo. Decidimos aproveitar a tarde para descansar. 

Jefferson, Chang e Jorge acabaram indo a outro passeio, Salar de Tara, onde gostaria muitíssimo de ter ido! É difícil escolher quais passeios fazer e quais não... acho que faltam dias para tantos lugares fantástico! Vou postar algumas fotos cedidas gentilmente (por Jorge Blanquer), demonstrando o que há para ver no local.

A noite fomos jantar no Bar Nativos, onde jantamos na primeira noite. Hoje pedi um espaguete ao molho pesto, que estava delicioso!

Este jantar foi também a despedida de Jorge e Chang, que partiram no dia seguinte para o Salar do Uyuni.

E assim concluímos mais um dia maravilhoso no Deserto do Atacama. 

Resumo do dia:

Os geyseres são fantástico! Tão belo quanto, é o caminho de volta deste passeio. Tudo foi lindo e a presença de Walter, como nosso guia, fechou com chave de ouro! Pelo que pude observar nas fotos, o Salar de Tara é um lugar belíssimo e com certeza vale a pena conhecê-lo. No entanto, é também um dos passeios mais caros do deserto (CLP 50.000 - R$ 300,00). É necessário reservar um dia todo para faze-lo. Infelizmente, neste passeio, Jefferson reclamou que o guia não foi muito bom e ficava apressando o grupo.  

Gastos

CLP 30000 Transfer Geyse el Tadio 

CLP 10000 Entrada no parque
CLP 3000 Pastel + refri
CLP 4000 Lhama - artesanato
CLP 4000 'Almoço'

CLP 9000 Jantar 

Total CLP 60000 (R$ 360,00)

link de pesquisa: https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAiser