sábado, 31 de dezembro de 2011

PORTUGAL - KAU & FI - PEDALADAS DE S. TORCATO - 31/12/2011

Quando vim para Portugal, havia dito aos meus pais que conheci um grupo de pedal e que uma das razões para eu vir, se devia ao fato de querer pedalar com eles. Isso não era mentira! Já há algum tempo, os acompanhava pelo facebook e blog. 


Filipe me alertou que o pedal deles é punk. O grupo possui três categorias, A, B e C. Cada uma possui um ritmo de pedal, começado pela A, que fazem trilha nas montanhas, o B, que mesclam trilhas light e cidade e o grupo C, que pedalam pelas ciclovia. Visivelmente sou, no máximo, do grupo B... mas hoje, decidi atrapalhar a vida do 'grupo A'. Quero saber como é as trilhas da montanha e, por isso, insisto em ir! 

Exatamente no sábado, às 06h da manhã, tomamos um café bem reforçado e partimos de carro em direção a Guimarães,  que fica a 40 km de sua casa. Hoje parecia ser o dia mais frio, desde que cheguei. Tiro uma foto que comprova isso... 


Havia muita neblina na estrada. Mas assim que estávamos chegando próximos a S. Torcato, a neblina foi diminuindo e a paisagem foi ficando cada vez mais bonita. Foi possível até avistar o Santuário de longe. 



Chegamos no ponto de encontro do grupo, Café Bons Ares. Assim que desço do carro, dou um 'oi' meio tímido e fico num cantinho. Eles fingem achar 'normal' minha presença ali. Brincam e dão risada, enquanto permanecemos aguardando o restante do grupo. 



Assim que partimos, percebo que eles pedalam muito bem, num ritmo alto! No asfalto eu os acompanho sem grandes problemas. 


O problema é quando chegamos na montanha. Embora a bike que Filipe me emprestou seja 'full', ou seja, tenha bons amortecedores que trabalham muito bem nos buracos, eu sou muito medrosa. E pedalar nestas grandes subidas esburacadas e ainda por cima clipada, exigia uma grande concentração de minha parte. 



Subimos alguns quilômetros e logo passamos a descer por uma trilha bem fechada. 


Percebo que há espinhos,  'silvas', na mata. Por isso, começo a temer uma possível queda e, assim que penso nisso, BUM, vou pro chão. Filipe, que vinha atrás, rapidamente me coloca em pé e diz, 'vai, vai, vai!' Eu pensei, 'Poxa vida, não posso nem curtir minha queda'... Mas ele explicou depois que, quando se pedala em trilha, não podemos demorar para se levantar, principalmente em uma descida, porque o outro que vem atrás pode não conseguir frear e cair sobre quem estiver no chão... ok, estou aprendendo e anotando tudo em meu caderninho. Apenas quando paramos ele me pergunta se estou bem. 

Novamente estamos subindo. Até 'consigo' pedalar por uns metros... mas logo desisto e empurro. Percebo que Filipe fica meio decepcionado com isso mas tem uns dois ou três no grupo, que também passam a empurrar. Não sei se estão tentando fazer com que não me sinta tão mal, mas está funcionando! Um deles até, fazendo uma gracinha, cai enquanto tentava subir pedalando. Foi só risada. 





Assim que a pior subida termina, o grupo aguarda que todos estejam reunidos para seguir. 







Sei que é bem chato quando alguém, com baixo condicionamento, vai pedalar com pessoas muito fortes. Mesmo assim, eles sempre sorriem tentando fingir que não estou atrapalhando, muito. Em certo momento, Filipe sobe empurrando as duas bike's,  enquanto eu chego caminhando, com uma cara de morta, após uma longa subida. Todos ficam sérios, em silêncio, olhando uns para os outros. É quando eu quebro o silêncio ao dizer: 'Pessoal, sinto muito! Falei pro Filipe que ele não dava conta de vir pedalar com vocês, mas ele insistiu! Por isso, tenham paciência com ele. Estou ficando para trás para que ele não fique sozinho.' Foi uma risada só, neste momento. 



Mas, vez por outra, eu até conseguia dar umas pedaladas... 


E quando não dava, empurrava...






Chegamos em uma pedreira. Lembrei-me da pedreira de Salto de Pirapora e dos pedais, que vez por outra, fazemos por lá. 







Após alguns quilômetros, paramos para fazer um pequeno lanche. É engraçado que, pela primeira vez desde que cheguei aqui, Filipe está na dele, longe de mim. Ele diz que não quer que a 'malta' (galera) fique enchendo ele, quando eu for embora. Compreendo perfeitamente e respeito. No entanto, as vezes me esquecia, como na hora que fui oferecer um pedaço da minha barrinha de cereal a ele. Eu disse: 'Fi, quer um pedacinho?', e coloquei próximo a sua boca. TODOS pararam de conversar e olharam para nós dois. Filipe, todo sem graça, parte um pedacinho com as mãos, poe na boca e se afasta. Começo a rir, por me lembrar que acabo de quebrar nosso trato. 





Após a pequena pausa, seguimos pedalando...


E adentramos uma zona mais urbana, com certa estrutura e vias pavimentadas.







Acho muito legal que, por aqui, sempre há fontanários pelo caminho. Por isso, se pedala apenas com uma garrafinha na bike, não sendo necessário a mochila de hidratação. 



Acho que terminamos o pedal mais cedo que o costume, devido a presença da 'atrasilda'.


Como voltamos cedo, eles aproveitaram para ir visitar Fernando, um rapaz que faz parte do grupo e está de 'molho' devido a um acidente que teve recentemente, na trilha. 




Permaneço na rua enquanto eles conversam, mas sou chamada por Filipe. Quando me aproximo, o filho de Fernando olha sério para mim e fala: 'Você é meninaaa?' Todos riem, me aproximo e cumprimento os dois. 



Daqui, seguimos para a casa ao lado, pertencente a um integrante do grupo. Sua casa é muito bonita e completa. Rapidamente ele vai lá dentro e volta com muitas coisas nas mãos, para nos oferecer. Sou tratada com muito carinho, por todos! Conversamos, comemos e bebemos. Filipe falou que isso nunca tinha acontecido. Sempre que o pedal acaba, cada um segue para seu canto... 












Só tenho a agradecer a todos do grupo Pedaladas, pela paciência e pelo tratamento que recebi. Foi inesquecível... 

Antes de voltarmos para a casa de Filipe, passamos na City Bike para deixarmos as bike's numa revisão.


Hoje o almoço foi preparado por mim... comemos uma boa macarronada ao molho branco! 

A tarde, permanecemos aninhados na cama, enquanto editava o vídeo do passeio de hoje. Segue:




Obrigada Vida!

Oitavo dia em Portugal