domingo, 19 de dezembro de 2010

MÁRCIA PRADO - 18/12/2010

Quando e onde tudo começou... 



Acho que passamos por alguns momentos na vida, quando nossas metas são batidas e objetivos alcançados, que começamos a questionar qual será o próximo passo. Aos 28 anos de idade, estava prestes a concluir minha faculdade e estava um pouco apavorada com meu tempo 'livre'. Junto a isso, gostaria de incluir uma atividade que gerasse prazer e qualidade de vida... alguém me disse: que tal a bike?! Será? Será que eu conseguiria? Será que daria conta? Vamos tentar... 

Após dois passeios de 25 km com o único e maior grupo de Sorocaba, na época, decidi aceitar o desafio de fazer a Rota Márcia Prado com eles. Ninguém sabia me dizer ao certo quantos quilômetros seriam... chutaram algo entre uns 70 km. Avaliei que, como era descer para a praia, não devia ser tão difícil (rsrs). 

No dia 18/12/10, às 04h00, estávamos reunidos no fórum velho de Sorocaba. Maria, uma mulher linda e simpática, me ofereceu uma de suas camisetas emprestadas, para estar uniformizada com a camiseta do grupo.



Chegamos as 07h00 na Cidade Jardim, em São Paulo. Ali, Marcelo Rudini nos aguardava para nos guiar pelo caminho. Ele nos passou muitas instruções e deu várias dicas.


  

Partimos pela ciclovia da marginal. Pedalamos em torno de 25 km até chegar próximo ao bairro do Grajaú.






O Grajaú foi um tanto assustador! Apesar de ter nascido lá, tive um pouco de medo de passar ali, de me perder, ficar sozinha... lembro-me de já estar cansada e ter muita dificuldade de acompanhar o grupo. Mas, após uma subida (que precisei empurrar), chegamos na balsa... tinha as melhores lembranças de infâncias de atravessar ali! 


Quando era criança, pegávamos a balsa para ir para um clube, chamado Santa Mônica. Lá tinham bosques e piscinas, onde passávamos o dia em família. Lembrando disso, fiquei mais tranquila e aproveitei o momento. 






Foram duas balsas e uma estradinha de terra interessante mas, para mim, estava muito difícil. 


Perceber que estávamos 'atrasando' ao passeio era uma sensação terrível! Lembro-me que Jefferson, marido de Maria, embora não fizesse parte da organização, por seu ótimo espírito de liderança, chamou a atenção dos organizadores para tivessem calma e esperarassem a todos! Fiquei mais tranquila com isso. 

Infelizmente, o pneu de meu amigo Sam acabou furando no início do passeio. Como ele também estava começando a pedalar, havia comprado uma câmara errada, para pneu speed. Por isso, não conseguíamos encher completamente seu pneu. Cansado e com o pneu murcho, estava ainda mais difícil de seguir em frente... mas, não tínhamos outra opção. 



Quando chegamos na Imigrantes eu estava completamente cansada! Já havíamos pedalado uns 60 km e estávamos muito distantes de nosso objetivo final - Santos. Sabia que a quilometragem ultrapassaria muito o que haviam me dito. Mas, não tínhamos carro de apoio. Tudo que podia fazer era seguir em frente. Com dó de meu amigo, troquei um pouco de bike com ele e fui até o final com a bike do pneu murcho. 




Ainda na Imigrantes, os policiais nos disseram que não poderíamos seguir em frente. Bikes são proibidas de trafegar por ali... após um tempo e muita conversa, eles decidiram nos fazer escolta para chegarmos no parque. 


Ao chegarmos, recebemos um número de identificação nos braços e fomos liberados. 


Fiquei encantada quando vi a Imigrantes logo acima da gente! A estrada da manutenção, apesar de perigosa, é muito bonita






Haviam muitas descidas mas também subidas importantes. Em vários momentos fiquei apavorada, por sentir que estávamos ficando para trás. Por isso, não tirei mais muitas fotos. 




O caminho termina num portal, do parque. Segue algumas imagens da rota que meus amigos fizeram.
  










Seguindo em frente, passamos por uma comunidade em Cubatão. Fomos alertados que deveríamos passar todos juntos ali, já que o risco de roubo era grande. Assim que passamos, nos aproximamos da cidade de Santos. 



Com um misto de alegria e dor, consegui terminar os 103 km do passeio. Venci! Infelizmente, não tive ânimo de fazer foto deste glorioso momento que, para mim, ficou na história de um dos melhores capítulos da vida sobre duas rodas... 


Aprendi muito neste dia! O mais importante é que ficou claro para mim que o relacionamento entre bike e eu seria eterno! Nunca mais pararia de pedalar, com certeza! Ganhei muitos amigos, amigas e parceiros... muita história para contar e fotos lindíssimas. Agora, o futuro não era mais incerto para mim, já que eu teria muitos e muitos quilômetros pela frente...

E viva a bike e os momentos que ela nos proporciona!!