sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

PORTUGAL - KAU & FI - PASSEIO DE MOTO - 30/12/2011

Hoje foi um dia mais que especial! Como Filipe percebeu que o pedal de ontem, nas Luilhas, foi meio pesado para mim, ele me fez um convite tentador: andar de moto! Aceitei na hora. Mas ele disse que confirmaria logo após nosso café da manhã, visto que fazia quase um ano que ele não ligava sua moto e, por isso, era necessário ver se a bateria ainda funcionava. 

Permaneci em nossa 'caminha', enquanto ele foi verificar a moto e, de repente, escuto um 'vrum vrum vrum'. Dou aquele pulo da cama e desço até a garagem, para vê-la ligada. Dou uns pulinhos de alegria e digo que vou começar a me vestir para logo sairmos. Aliás, isso se fez mesmo necessário! Coloquei TODAS as roupas que havia levado... duas calças por baixo da jeans, uma segunda pele, blusa de lã e jaqueta em cima de jaqueta. Andava feito robô mas, o que importa, é que fiquei quentinha. Qual é a moto que iremos passear? Trata-se de uma Pan European, 1.100 cilindradas, com alforge traseiro e laterais... fantástica!


Sequer perguntei onde íamos! Estava tão feliz que rodeava Filipe e a moto, para tentar fazer o máximo de fotos possíveis. 






O céu estava sem nuvens e sol estava quente, perfeito para um passeio de moto. Aqui no inverno, o ar é sempre gelado mas, com todas as roupas e o Filipe na frente me protegendo do vento, nem sentia frio. 

Seguimos pelas estradas, serpenteando belas serras. Era inevitável parar, vez por outra, para fazer umas fotos. 




De repente, Filipe para a moto e me mostra uma montanha ao fundo. Ele me diz: 'Está vendo o pico daquela montanha mais alta? É para lá que vamos'... Logo, lembro-me da música do Jota Quest: 'E se quiser saber pra onde eu vou, pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou...' E não deixava de ser exatamente isso.



Estou achando o passeio o máximo! Eu morro de medo de andar de moto mas estamos indo bem devagar, aproveitando o melhor de tudo. 



Conforme seguimos pela bela estrada, a montanha vai se aproximando e ficando cada vez maior. 


Passamos sobre uma ponte muito bonita, sobre o rio Tâmega, datada de 1882. 



Ao chegarmos bem próximo a montanha, vejo uma placa sinalizando o nome da vila e o nome do ponto turístico sobre a montanha. 



Mondim de Bastos - É uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Vila Real, localizado na região norte do país. É margeado pelo Rio Tâmega e está entre vários montes, que formam uma belíssima paisagem! Sabe-se que a origem da cidade é muito antiga, tendo sido conquistada provavelmente no século II A.C. pelos romanos. Seu desenvolvimento deu-se, em boa parte, devido a agricultura, consequência de seus solos férteis. 

Chegamos na vila próximo ao meio dia. Por isso, estacionamos em uma rua bem movimentada e entramos num restaurante / café, para fazermos nosso almoço. 


O que eu acho fantástico aqui é que por mais simples que sejam os restaurantes,  tem um tipo de zelo ímpar. Quase sempre haverá uma jarra de vinho (ao norte é típico o vinho verde), um cesto de pães e um bom azeite. É necessário algo mais?



Aliás, descubro exatamente ao norte de Portugal, qual é meu vinho favorito: O vinho verde! Diferente do que possa parecer, este vinho pode ser feito com uvas maduras. Ser 'verde', é a sua espécie. Esta uva é cultivada apenas no norte de Portugal... Foram feitas algumas tentativas de levá-las para outras regiões e outros países, mas foram frustradas. Aparentemente ela pode ser cultivada apenas por ali. É um vinho de aspecto brilhante, levemente acido, equilibrado, com uma ótima estrutura e teor alcoólico em torno de 11%... tem um paladar impressionantemente bom! Ao voltar ao Brasil, descubro que há vinho verde, importado de Portugal, sendo comercializado em nosso país. Ele custa em torno de 30,00 e 40,00 reais e é possível encontrá-lo em vários supermercados. A marca que tenho comprado é Casal Garcia, mas há outras também. Aqui em Portugal, uma boa garrafa, custa em torno de 3 e 5 euros. 


Sempre que chegávamos a um restaurante, Filipe peguntava se serviam uma 'diária', que é uma refeição com dois pratos, uma sopa e o prato principal, vinho e água a vontade. 




Filipe pediu outra iguaria portuguesa para que eu experimentasse: Alheira. Trata-se de uma linguiça produzida a base de carne de ave, alho, pão, azeite e temperos. Sua história remonta aos finais do século XV e princípios do século XVI, e está associada à presença dos judeus na região. Por não comerem carne de porco, os judeus eram facilmente identificados pela Inquisição. Por isso, decidiram desenvolver um tipo de 'enchido' (linguiça), substituindo a carne de porco por carne de ave. Normalmente, a linguiça é preparada grelhada ou assada, em fogo brando, e pode ser acompanhada de arroz, ovo frito, batata frita, batata cozida ou batata ao 'murro'.


Só posso dizer algo sobre nosso almoço, que custou 5 euros: FOI EXCEPCIONAL! O vinho estava uma delícia, a sopa estava perfeita. Amei a alheira, que virou minha mistura portuguesa preferida (que bacalhau que nada, quero Alheira), amo batata frita, ovo frito e o arroz estava ótimo...  tudo sensacional! E para finalizar, o grã café, que dispensa comentários...



Após nosso inesquecível almoço, voltamos para a moto e seguimos para a montanha. 



Parecia que estava sonhando... a montanha parece aquelas do pica-pau, pois fomos subindo em espiral até seu topo. Conforme íamos subindo, as nuvens ficavam entre as montanhas, fazendo nos sentir no céu..


No entanto, nem tudo era só 'alegrias'. Passei muito medo em alguns momentos pois, na parte onde o sol não batia, havia gelo na pista. Filipe passava bem devagar nestes lugares. 



 A cidade foi ficando bem pequena, lá embaixo. 


E, de repente, passamos ver parte do santuário no topo da montanha. 


E chegamos! Que visual perfeito... 




Monte Farinha - Também conhecido como Farinho, é uma montanha localizada no distrito de Vila Real, na vila Mondim de Bastos. Possui uma altitude de 947m e uma ascenção em 12% de inclinação. Devido a isso, é famosa por fazer parte da Volta a Portugal, em bicicleta. Em sua parte mais alta, está localizado o Santuário Nossa Senhora da Graça.

Reza a lenda que aqui teria existido a cidade de Cinínia, lar da tribo castreja dos Tamecanos, que foi obrigada a abandonar seu território durante a ocupação romana. 

Nossa Sra. da Graça - Embora não haja certezas da fundação original no local, existiria um templo já no período de castrejo. A atual estrutura data de 1775. Foi construída em granito da região. O panorama daqui avistado, é de grande beleza e muito célebre. Durante o primeiro domingo de setembro, o local recebe vários fiéis, em procissões, para a festividade em honra a Ns. Sra. da Graça.



Aproveitamos a beleza e a paz do local, para fazer muitas fotos!
  

  






E, na sequência, nos preparamos para iniciar o caminho de volta. 




Adeus, Monte Farinho...


Antes de ir pra casa, aproveitamos para passar novamente da Decathlon, para comprar mais umas coisinhas, e passamos em um supermercado para fazer umas comprinhas que incluíam Pão de Ló, Queijo, Vinho Verde e Alheira... 


Hoje o jantar preparado por Filipe foi um arroz com alheira, regado a muito vinho verde... 

Obrigado Vida!

Sétimo dia em Portugal

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