terça-feira, 18 de maio de 2010

VIAGEM EUROPA - VENEZA - 18/05/2010

Hoje acordamos em Veneza... que sensação boa! Estamos ansiosos para ir até as ilhas e poder trafegar pela famosa cidade italiana, tão conhecida por suas casas entre canais e passeio de gôndolas. 


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Veneza

Cidade encantadora, capital da região de Veneto. Trata-se de um arquipélago de 117 pequenas ilhas e aproximadamente 150 canais. Localizada numa área pantanosa, na Lagoa de Veneza, uma particularidade bem interessante é que Veneza foi construída sobre estacas de madeiras fincadas numa série de Ilhas que são separadas por canais e ligadas por pontes. Algumas são muito famosas como as Ilhas de Murano, Burano, Lido e Torcello. Há também outras ilhas ao noroeste do mar Adriático. Na Idade Média, tornou-se uma das maiores potências marítimas, além de um importante centro de intercâmbio comercial e cultural com o Oriente. 

Famosa por suas belezas arquitetônicas e obras de arte, hoje, boa parte da cidade está listada como Patrimônio Mundial, inclusive sua lagoa. 

Pontos turísticos procurados:
  • Basílica de São Marcos (patrono da cidade)
  • Praça de São Marcos
  • Ponte de Rialto, sobre o Grande Canal (construída em 1.588)
  • Ponte dos Suspiros
  • Ca'd'Oro (museu)
  • Fábrica de Cristal, em Murano
  • Passeios de gôndolas 
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Seguimos de ônibus até um pequeno porto, onde localizam-se os 'vaporetos'. Ali, partimos do continente em direção as maravilhosas ilhas.







Quando aportamos na primeira ilha, foi uma grande emoção! A ausência de ruas e carros, aliado a presença de muita água e barcos, é curioso e encantador.   


Fui surpreendida com um cachorrinho por ali
Rapidamente começamos a passar e espreitar os famosos canais, que mais parecem 'ruas' em Veneza, tamanho é o movimento de barcos.




Seguimos com uma nova guia, de nacionalidade portuguesa, que nos explicou sobre as curiosidades e lendas da ilha. Seus esclarecimentos foram excepcionais, talvez o melhor que tivemos durante toda a viagem. 

Seguindo para a praça de São Marcos, passamos pelo canal onde está localizada a 'Ponte dos Suspiros'. 
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Ponte dos Suspiros

Situado próximo a Piazza San Marco, liga o Palazzo Ducale às Prigioni Nove, o primeiro edifício do mundo construído para ser uma prisão. Foi-lhe atribuído este nome porque, diz a lenda, que em tempos remotos, os prisioneiros suspiravam na ocasião que viam pela última vez o mundo externo. 
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Infelizmente, neste período, a famosa ponte estava semi encoberta para uma restauração. 

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Basílica de São Marcos

Em 828 a primeira igreja foi construída no local, no Palácio dos Doges, quando mercadores venezianos adquiriram de Alexandria as supostas relíquias de São Marcos, o evangelista. Em 832, um novo edifício foi erguido no local da atual basílica. Em 976 esta igreja foi incendiada durante uma rebelião e reconstruída em 978. Foi novamente destruída e em 1.063 formou-se a base do que viria ser o edifício atual. 
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Sobre a explicação da guia, achei interessante o fato de ter sido mencionado a importância política e religiosa da presença de um santo, para a cidade. Visto que São Pedro já estaria sepultado em Roma, João estaria na região da Turquia, encontrou-se um meio de 'trazer o corpo de São Marcos' para Veneza, a fim de sepultá-lo e venerá-lo. Tal atitude ajudava manter a 'segurança' da cidade, visto que outros cristãos pesariam as consequências de atacar uma cidade fortemente protegida por um padroeiro de tamanha importância para o cristianismo. 

Assim como em Milão, as pombas são uma atração a parte!







Relógio com XXIV algarismos. Antigamente escrevia-se III ou XXIIII
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Praça de São Marcos - Principal destino turístico de Veneza. É atribuída a Napoleão Bonaparte embora muito provavelmente seja de autoria de Alfred de Musset. É um dos únicos espaços urbanos, de uma cidade europeia, cujo as vozes das pessoas se impõem ao som do trafego motorizado, visto estar restrito.
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A praça é encantadora! Além da basílica, muitas outras construções nos chamam atenção. Há vários restaurantes e cafés por ali. Fomos alertados quanto ao preço que pagaríamos por um pequeno café, caso quiséssemos desfrutar deste prazer. 




Outra coisa que me marcou sobre a praça, foi a música... em vários restaurantes haviam bandas tocando de forma impressionante. (Veja o vídeo no final deste relato)

A loja Louis Vuitton estava em promoção... mas, mesmo estando em pleno 'saldão', não é para meu bolso. 


Em compensação, amo as barraquinhas! Muitos souvenir's e roupas com preços bem acessíveis!


Em tais barraquinhas, vendem-se muitas máscaras lindíssimas! O preço médio era de E$ 25,00. Muitos compraram.


Todos os guias sobre a cidade, diziam o mesmo: 'Ir a Veneza sem fazer o passeio de gôndola, é não ir a Veneza'. Por isso, fomos desfrutar desta experiência. 
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Passeio de Gôndola

Gôndola - Este ícone veneziano é uma embarcação específica que, até a criação do barco motorizado, foi a embarcação mais adaptada para o transporte humano em Veneza devido suas características únicas em seu formato, que conferem ótima manobrabilidade e velocidade. O lado esquerdo é mais largo que o direito, por questões de distribuição de peso, já que o gondoleiro vai em pé de um lado da embarcação. 

Li sobre dois mitos: 
  1. A vara do gondoleiro não toca o fundo. Na verdade, ela possui um remo em sua extremidade. 
  2. Gondoleiros nem sempre cantam 'Ó sole mio'. Alguns até 'arranham' a cantiga, outros assoviam. Mas, a grande maioria, apenas conduzem a embarcação. Por isso, não espere uma experiência musical. 
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O passeio de gôndola já estava incluso na excursão. Ouvi dizer que, caso queira contratar lá, pode custar algo entre 80 e 100 euros. 

Combinei com meus pais de irmos em gôndolas diferentes, para que pudéssemos fazer foto uns dos outros. Para minha sorte, a história sobre o mito musical não procedeu, graças a um senhor muito 'palhaço' que estava em minha gôndola. O mais engraçado é que, ao invés de cantar a música corretamente, ele cantou a música de um antigo comercial de sorvete 'corneto', que tinha a mesma melodia da música 'Ó sole mio'... 

Ele cantar a música foi mesmo divertido! Ri muito... 

'Dá me um corneto, muito crocante
e più cremoso, é da Gelato
Cornetto é a própria Italia
lo voglio tanto... Cornetto mio!'

Só lamento não tê-lo filmado, enquanto cantava. 

O  senhor de cabeça baixa, é o 'cantor'.






Por mais romântico que possa parecer navegar entre canais estreitos e construções antigas, havia também um lado ruim. Até combinamos não admitir, mas vou... o cheiro é horrível! Em certos momentos, tive que segurar a respiração para não ter tanto nojo... 



Conforme adentramos canais maiores o odor foi amenizando. 

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O Grande Canal

É o maior e mais importante canal da cidade italiana, cortando a maior parte da cidade. Tem seu início na laguna, perto da estação de trens, e termina na Basílica de Santa Maria Della Salute, próximo a Piazza de San Marco. O transporte público, promovido por meio de Vaporeto, táxis aquáticos, e passeio de gôndolas, passam por aqui. Sua profundidade é de aproximadamente cinco metros. 
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Ao fundo,  Ponte del Rialto



O passeio durou uns 40 minutos. Na sequência, fomos para a ilha Murano, almoçamos e fizemos a visitação em uma das fábricas de cristais. 
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Fábrica de Murano

Em 1.921, os cristaleiros de Veneza foram obrigados a mudar-se para Murano, devido ao risco de incêndio, visto que a maioria dos edifícios eram em madeira. Por volta de 1.400, a ilha ganhou fama pelas miçangas de cristais e  pela produção de espelhos. O cristal aventurina foi inventado na ilha e, durante algum tempo, Murano foi o maior produtor de cristais e lustres da Europa. A arquitetura do local é pura poesia. 
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Logo na entrada, há um cavalo em tamanho real. É impressionante a perfeição dos detalhes!


O charme deste assento na recepção, maravilhosamente pintado, merece no mínimo uma foto!



Fiquei impressionada com a execução dos cristais... a habilidade do rapaz em esculpir e assoprar as peças, são incríveis! 



Após a assistirmos a produção de uma peça, seguimos até o show room e apreciamos os belíssimos cristais ali produzidos. 


Na sequência, seguimos para visitação do mirante, na praça de São Marcos.
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Campanário de São Marcos

O Campanário pertence a Basílica de São Marcos. A torre, com 98m de altura, aloja cinco sinos. Embora o primeiro campanário date do século IX, sua atual torre trata-se de uma reconstrução terminada no ano de 1.912, após um colapso ocorrido em 1.902.
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Aqui de cima, tudo ficou ainda mais bonito! Acho que fiz umas mil fotos...












Após a visita ao campanário, nos despedimos da guia e tivemos um tempo livre. Estávamos tão cansados por ter caminhado o dia inteiro! Decidimos adentrar por algumas vielas e procurar um lugar para descansar. 





Não encontramos nenhum lugar que houvesse algumas cadeiras, tipo banco de praça, para sentarmos um pouco. Por isso, assim que vimos uma sorveteria em uma das vielas, decidimos entrar, pedir uns sorvetes para que, sentados, pudéssemos apreciar o gelato. Enquanto meu pai escolhia o sorvete, minha mãe sentou-se e pediu que eu escolhesse para ela. Quase no mesmo instante, a balconista nos perguntou: 'Si magia solo il gelato?' (Vão comer apenas o sorvete?) Quando respondemos afirmativamente, fomos surpreendidos com seu comentário: 'In questo caso, non può sedere.' (Neste caso, não podem sentar-se.) Olhamos em volta e nos sentindo completamente humilhados ante as 6 mesas vazias do recinto que, por não 'comprarmos' o suficiente, não era digna de nossa presença. Meu pai já havia escolhido o sabor e, devido a isso, ela estava com seu sorvete em mãos. Olhamos uns para os outros e permanecemos alguns segundos em silêncio. Após um pequeno instante meu pai respondeu a ela: 'Bom, neste caso, não precisaremos de seu sorvete. Obrigado.' Saímos dali revoltados! Para tirar tal momento de nossa memória, meu pai nos disse: 'Já que não somos bem vindos aqui, vamos até a Praça de São Marcos e vamos tomar o café mais caro do mundo!' E foi exatamente o que fizemos. Sentamos em um luxuoso restaurante e aproveitamos nosso momento de 'luxuria' ao degustar 4 cafés que custou nada menos que E$ 25,00 (hoje seria o equivalente a R$ 100,00). 


Apesar do valor, toda vez que leio sobre o café mais caro do mundo, na praça de São Marcos, dou risada por me lembrar exatamente como foi. E com orgulho posso dizer: 'Eu tive esta experiência!' 

Após 'rirmos e chorarmos' dos últimos episódios, já começamos a nos despedir da charmosa Veneza. Seguimos até o Porto para tomar o vaporeto de volta ao continente. Ali, as margens do canal, fomos surpreendidos com maravilhosos navios que passam por aqui, no turismo pelo mediterrâneo. 




Antes de partir nosso guia comentou que nesta noite, aqui na ilha, haveria o concerto mais famoso de Vivaldi: 'As quatro estações'. Ele perguntou se alguém estava interessado em ficar, para assistir. Abri um mega sorriso pois, quando era criança, aprendi a tocar teclado e conheci muitas músicas de Vivaldi. Além disso, eu nunca havia assistido um concerto de verdade e, ter a chance de assistir a primeira vez, em um teatro, em Veneza, era muito mais que poderia imaginar! Perguntei qual era o valor e ele nos disse que era E$ 25,00. Eu tinha exatamente E$ 50,00 em meu bolso... logo pensei, estou dentro! Mas, como poderia ficar aqui sozinha? Meus pais estavam tão cansados que certamente não ficariam. Logo, um rapaz chamado Ricardo, que estava acompanhando sua avó na excursão, acenou e me disse: 'Se ficar eu também fico!' Foi perfeito, ainda mais por ele falar fluentemente inglês e 'arranhar' um bom italiano. 

Jantamos um lanche, assistimos apresentações magníficas na praça de São Marcos e, na sequência, seguimos até a Escola Grande de São Teodoro, para assistirmos ao concerto.

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Antonio Lucio Vivaldi

Nascido em 1.678, na cidade de Veneza, foi um grande compositor e músico italiano, do estilo barroco tardio. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. Um dos concertos mais famosos é a orquestra denominada Le quattro stagioni - As quatro estações, composta em 1.723. 
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Foi uma emoção indescritível assistir a tal concerto! Realmente chorei ao ouvir belíssimas composições que sobreviveram a pelo menos três séculos de histórias. 




Abaixo, segue um vídeo, que consegui fazer de uns trechos, das músicas mais conhecidas. 


Ao terminar, voltamos para a praça de São Marcos e assistimos a outro espetáculo! Em frente aos restaurantes, haviam bandas tocando música clássica. Eles competiam entre si a platéia de forma que tentavam tocar música para atrair pessoas. A banda que estivesse tocando a música mais conhecida, ou mais animada, acabava tento uma assistência maior. Foi divertidíssimo assistir a este duelo de gigantes. 

Após um maravilhoso período por ali, tínhamos que ir embora. Extremamente grata a Ricardo, por ter ficado comigo e ter sido uma ótima companhia, segui feliz da vida para o vaporetto, pelo grande canal, até o continente. Pegamos um táxi e voltamos ao hotel. 


Obrigada Vida!!

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