sábado, 10 de março de 2018

CAMANDUCAIA - MONTE VERDE - 09 A 13/02/2018

Sempre tive muita vontade de conhecer a região de Monte Verde, mas nunca dava certo. Se não estávamos sem dinheiro não tínhamos folga... e assim o tempo foi passando até que novamente surgiu uma oportunidade! 

Claudio, amigo Mari/Alemão, é um ciclista que mora na zona rual do município de Camanducaia/20 km de Monte Verde. Ele os convidou a passar o carnaval em sua casa, aproveitando o período para fazer alguns pedais. O convite nos foi estendido e, para nossa alegria, tudo deu certo. Como foi? MARAVILHOSO! Segue o relato do que vimos e sentimos.

Onde: Camanducaia / Monte Verde - MG
Quem: Claudia Jak, Filipe Jak, Alemão, Mari, Claudio
Quando: 09/02/2018 a 13/02/2018 - Carnaval 2018


SEXTA-FEIRA - 09/02/2018

Saímos de casa na sexta-feira após o almoço. Fizemos umas compras, visto que passaríamos alguns dias na casa de Claudio, e seguimos viagem. 

As estradas estavam com um fluxo intenso e os motoristas com 'espírito carnavalesco', correndo e fazendo manobras bruscas. Dirigimos com muita atenção e graças a Deus, chegamos a Camanducaia umas 18h00. Dali seguimos nos orientando com um mapa, feito pelo próprio Claudio, por mais 23 km em estradas de terra de aclive acentuado. As paisagens por ali são tão magníficas, que já dava para sentir como seriam os próximos dias pedalando! 

Após uns 40 minutos, passamos em frente a Pousada Pinho Bravo, numa ruazinha de 'contos de fada', e finalmente chegamos a magnífica casa de nosso amigo!  


Quando eu falo magnífica, não estou exagerando! A arquitetura da casa foi projetada por ele. Além da parte estética, que de cara chama nossa atenção, possui um sistema de caldeira que aquece seu interior. Foi toda projetada para suportar baixas temperaturas, visto que o inverno nesta região costuma ter sensações térmicas negativas. 

Assim que ouviu o carro, Claudio nos veio recepcionar com sua alegria e simplicidade.


O mais engraçado é que nós não nos conhecíamos pessoalmente e nossos amigos em comum, Mari e Alemão, só chegariam no dia seguinte. Por isso, tivemos que nos apresentar. 

Claudio nos esperava com um café tipicamente mineiro, com direito a biscoito de polvilho, bolo, pão e ooo queijo super especial! 


Era um queijo da serra da canastra, talvez um dos melhores do Brasil! Tudo foi maravilhoso, tanto o café como a prosa. 

Após, pedi licença para explorar seu terreno e fazer algumas fotos. Fiquei extremamente encantada com tudo o que vi. 



Achei muito interessante um casal de águias, que ficam por ali. 


Claudio tem um sistema de compostagem, em frente a sua casa. Por isso, eles sabem que sempre há comida fácil. Dessa forma, estão quase o tempo todo por ali. Percebi outro pássaro por perto, um tanto feio, medindo algo em torno de uns 30 cm. Tinha umas penas cinzentas e bagunçadas. Claudio me contou que era o filhote deles. Vez por outra ele 'chorava' para que seus pais lhe trouxessem comida, e lá estavam eles alimentando sua cria. 

Logo a temperatura foi caindo, junto com o dia. 


Quando chegamos no sítio, o termômetro marcava 23ºC. Conforme o sol se pôs, rapidamente despencou para 17ºC. Vale lembrar que estamos no verão! Aqui, devido a altitude em torno 1.600m, é sempre bem fresco. 

Claudio é um homem muito inteligente e um dos seus Hobbies é fazer trabalhos de carpintaria. Ele nos levou a sua oficina e nos mostrou um pouco de seus trabalhos... fiquei encantada!


Infelizmente não tenho nenhuma foto da noite estrelada que tivemos. Foi impressionante, ver todos aqueles pontinhos brilhantes no céu, constelações e todos os desenhos que se formam. Uma pena eu ainda não ter investido em uma câmera que capte momentos como esses. 

A noite foi muito divertida! Assistimos Claudio, Cleo e sua mãezinha fazerem pamonha, que ficaram deliciosas!



Após a sessão pamonha, cada qual seguiu para o seu cafofo a fim de descansar. 

SÁBADO - 10/02/2018

O dia seguinte amanheceu com um céu maravilhoso e o sol brilhante!




Ficamos felizes e tranquilos, já que a previsão era de chuva. 

O café da manhã, foi outro momento especial. 


Após o desjejum, enquanto Filipe e Claudio arrumavam nossas bikes, fui dar mais uma volta a fim de captar mais algumas imagens. 



Era difícil encontrar algo feio por ali... para onde olhava, formava-se uma paisagem, digna de uma foto!






Umas 10h30, Mari e Alemão chegaram com toda animação. Rapidamente tiraram suas bikes do carro e partimos pedalar. 





Claudio foi nosso guia! Hoje, tínhamos a intenção de ir até um bairro chamado Juncal. Saímos por uma estradinha, ao lado de sua casa, e logo estávamos numa floresta de Pinos.





Como estamos praticamente na parte mais alta da montanha, os quilômetros iniciais foram em declive e com paisagens lindíssimas!




Após uns quilômetros em propriedade privada, saímos em uma rua municipal. 






É claro que, se queremos pedalar em MG, não tem como fugir das subidas!



Após o longo aclive, uma paradinha para se restabelecer e fazer fotos



Era difícil pedalar sem parar toda hora para registrar alguma coisa!






Em um cruzamento, uma placa indicando o caminho. 



Relembramos o Vale Europeu, nessas hortênsias!



O clima estava ameno e o dia perfeito. De repente, do nada, fomos surpreendidos com uma chuva TORRENCIAL! Há tempos, não pegava uma chuva tão forte, como a que pegamos ali. Formavam-se cachoeiras no barranco, em direção a rua. O que ainda não comentei é que, na semana que antecedeu a viagem, peguei uma gripe tão forte, que precisei tomar bezetacil e antibióticos. Apesar de estar sem febre, me sentia um pouco fraca e estava tossindo bastante. Durante a chuva, até coloquei uma capa de chuva, mas as pernas e pés ficaram encharcados e, para ajudar, a temperatura despencou junto com a água. Após uns 5 km pedalando na tempestade, chegamos ao restaurante Três Irmãs. Fomos recebidos como membros da família, por elas. A filha da proprietária até me cedeu sua própria blusa para eu vestir, quando percebeu que estava com frio, e nos convidaram a sentar perto do fogão a lenha. Filipe, Geraldo e Claudio, voltaram pedalando para pegar o carro. Mari e eu permanecemos ali por aproximadamente 2 horas. As meninas do restaurante cuidaram da gente com tanto carinho... sequer deixaram o fogo se apagar, mesmo não sendo mais necessário para sua comida. Naquele momento, elas o mantinham apenas para nos aquecer... jamais me esquecerei de tanto carinho.



RESTAURANTE E POUSADA 3 IRMÃS, JUNCAL, +55 35 9852-0052

Filipe nos foi buscar com nosso furgão. Voltei dirigindo, com Filipe a meu lado e Mari atrás com as bikes. A chuva até havia passado, mas deixou lama em alguns pontos. Em um dado momento atolei o carro. Por sorte, Filipe buscou forças, não sei de onde, para nos tirar dali. Quando chegamos, eram só risadas. Tomei um banho quente e seguimos para o lugar mais aconchegante da casa: a cozinha! Lá, éramos aguardados com um banquete maravilhoso.




Após o jantar, nos recolhemos para mais uma noite de repouso. 

DOMINGO - 11/02/2018

O dia seguinte, apesar da temperatura baixa, amanheceu novamente ensolarado para nossa alegria! 


Seguimos para o café da manhã e nos alimentamos com todas as guloseimas que tínhamos direito. 


Hoje Claudio precisava resolver umas coisas, por isso, seguimos Mari, Alemão, Filipe e eu, em direção a cidade de Monte Verde, para abastecer o carro e fazer a Rota Melhoramentos. 




Monte Verde fica bem mais baixo de onde estávamos. Conforme fomos nos aproximando da cidade, a temperatura voltou a subir. 



Após um giro na cidade, voltamos para a zona rural e deixamos o carro perto de uma fazenda. Dali, seguimos de bike por um circuito anteriormente demarcado por nossos amigos. 



O pedal foi fantástico! Bem tranquilo, mesmo em relação a altimetria. As paisagens, são de tirar o fôlego. 






Placas indicando que estamos na direção certa!





Pontes, hortênsias... tudo para deixar o lugar ainda mais lindo!  



Após uns quilômetros pedalados, uma pausa para o lanche!


Na sequência, chegamos ao ponto alto deste pedal: Fazenda Melhoramentos. A companhia existe desde 1.877 e produz papel desde 1.887. Hoje tem uma importância nacional, neste segmento, sendo detentora de importantes certificações que atestam sua preocupação com o meio ambiente. 

Há uma pequena vila em volta, onde provavelmente moravam os trabalhadores da fábrica. Hoje, apesar de ter indícios que não moram ninguém, continuam bem cuidadas.









Achei interessante as eclusas que levam água para a fábrica. 



Após a fábrica, há uma subidinha, toda margeada de mata, bem fresquinha. 








O pedal foi perfeito! Tudo ocorreu da melhor forma. Voltamos no ponto zero, pegamos o carro e subimos novamente para o sítio serelepe, de nosso amigo Claudio. Após o banho, juntamos o clube do crocs e fomos dar uma voltinha no terreno, para apreciar os detalhes. 



Este eucalipto tem cheiro de vick vaporub. 


Olha a altura das araucárias... Claudio comenta que, no inverno, aqui fica cheio de pinhão! (acho que teremos que voltar para conferir)



É claro que, o final deste dia foi novamente em volta de uma mesa, comendo e conversando!

SEGUNDA-FEIRA - 12/02/2018

O dia amanheceu nublado e até garoou durante uns minutos. Mas logo a chuva parou e o sol voltou a dar o ar da graça! 


Amei as florzinhas... perceberam isso?! hehe


Hoje decidimos fazer uns trekking, seguindo para o mirante da pedra. 



Aqui tem até pés de oliveiras!


Também tem pé de catuaba. (cadê a pinga?)


Seguimos por uma trilha, semi aberta, até o ponto mais alto da montanha. 



Dali, tínhamos mesmo uma visão de encher os olhos... 




Na volta, cada um achou um cajado para ajudar na descida. 



Esses cogumelos me chamaram atenção. Eles possuem uma cor diferenciada e brilham no sol. Ao cutucá-lo explode, soltando uma espécie de fumaça verde fedida. Claudio conta que as crianças gostam de brincar de guerra com isso. Os professores não raro são obrigados a mandá-los embora, devido ao mau cheiro. (kkkkk como é bom ser criança)


Claudio nos foi dando uma verdadeira aula de botânica, explicando tudo a nossa volta. 




Olha outra coisa que me chamou atenção... parece um grilo soldadinho. 


Infelizmente nosso passeio foi chegando ao fim...







E só posso concluir com a célebre frase de nosso amigo Alemão:

"Ooooo lugar!"


Nosso retorno foi confraternizado, é claro, em uma mesa com muitaaa comida boa!



TERÇA-FEIRA - 13/02/2018

O próximo dia, decidimos fazer um passeio de carro visto que tínhamos pouco tempo. A ideia era retornar pra casa no início da tarde. 


Dirigíamos e parávamos a cada nova paisagem que se abria, para registrarmos tudo!



Na região há várias trutarias. 


O que me chamou atenção é que vimos várias placas de mais um caminho de romaria, que vai de Limeira até a basílica, em Aparecida. Particularmente ainda não tinha ouvido falar... 


Olha a minha carga viva!


O caminho aqui é muito lindo!


E há várias pousadas em sua extensão. 



E muitas corredeiras de água potável. 



Nosso passeio seguiu em direção a Fazenda Boa Esperança. 





Aqui se oferecem várias atividades, algumas envolvendo água. 





Infelizmente, devido ao frio, não tivemos como aproveitar!

A fazenda é centenária e está na família há quatro geração. 



O lugar conta até com um museu. 








Me aproximei do gado e fomos ver a ordenha das vacas. Fui convidada a tentar mas preferi não judiar da pobrezinha, já que eu não mando bem nessas coisas. 








Fomos convidados a conhecer o museu e ouvir um pouco as historias da fazenda. É emocionante ver pessoas valorizarem seu passado. Conhecer o passado certamente nos ajuda a criar um futuro melhor. 





O passeio foi mais que perfeito mas estava chegando ao fim. Assim que retornamos, nos sentamos novamente a uma mesa cheia de amigos, para uma despedida com gostinho de quero mais... será?!


The End

VÍDEO DO PASSEIO




2 comentários:

  1. Ai...que saudades!!! Que riqueza de detalhes que você consegue lembrar...! Fotos maravilhosas! Amei, amiga!!! Mari

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    1. Que delícia né Mari! Reviver as palavras, para mim, equase tao bom como ter as experiências em si! Precisamos fazer outras viagens urgentemente 😍

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